■ É só uma questão de tempo

No projeto original, tudo era diferente. Havia beleza e harmonia. Ser habitante do planeta chamado Terra era viver uma experiência única.

Mas aí o ser humano tomou conta da a história. Criou. Inventou. Produziu. Desenvolveu a dimensão de posse e descobriu que ter mais pode trazer ganhos imediatos, coisa que o ser mais está longe de permitir. Começamos mal.

Para isso, bastaria apenas o domínio da arte de usar a força, subornar, apropriar-se da capacidade de produzir e, o quanto possível, manter o maior número de pessoas com um baixo nível de conhecimento. O poder de ver, julgar e agir de maneira transformadora seria visto como subversão. Isso não podia dar certo.

Pronto, estavam criadas todas as condições para o triste cenário em que o mundo foi mergulhado. Nós conseguimos chegar lá. Segundo pesquisas, quatro grandes preocupações comprometem, hoje, a qualidade de um sono cada vez mais leve e agitado: violência, corrupção, desemprego – no Brasil, a número 1 – e educação, acrescido do terrorismo, no Exterior. O fracasso do nosso projeto está em todos os cantos.

Se quisermos resolver todos esses desafios, teremos de investir toda inteligência usada para produzir as guerras que a humanidade já experimentou e aquelas que ainda estão por vir, talvez com a chancela “Made in North Corea” ou “Made in USA”. O mundo e a vida podem não resistir a tantas afrontas.

Ainda há tempo. Mas não muito.    ₪