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■ Posso falar?

  • Foto do escritor: Rubens Marchioni
    Rubens Marchioni
  • 4 de mai. de 2015
  • 2 min de leitura

Minha amiga Giovanna relata sua mais recente experiência na busca de uma recolocação no mercado de trabalho – CLT ou autônoma. Ela liga para uma empresa e pede à gentil recepcionista que a transfira para o RH ou o Departamento Comercial. Da outra ponta da linha vem a pergunta viciada: “Quem seria?” Giovanna mantém a calma. Pensa “Não seria. É.” E informa seu nome.

A recepcionista emenda um “sobre o que seria?” Não seria. É. “Sobre trabalho”, Giovanna acrescenta. Pronto, essa é a deixa para que a impávida senhorita informe que nesse caso ela deve “estar enviando um currículo para o site da empresa; se houver interesse eles vão estar entrando em contato”.

Para o leitor que está chegando agora: houve um momento na história da humanidade em que as empresas não tinham medo das pessoas, e estas podiam contribuir para que atingissem mais rapidamente os seus objetivos mercadológicos. Estar no lugar certo e na hora certa? Como fazer isso se o único lugar permitido ao desempregado é o sofá da sala, esperando pacientemente que alguém “esteja ligando”?

Voltando ao assunto, é isso mesmo, a candidata acaba de levar a porta na cara. O brilho nos olhos? A segurança na voz e em tudo o mais? O amor pelo trabalho que faz? Os conhecimentos e experiências adicionais? As suas melhores convicções e propósitos? Nada disso será visto e ouvido por quem teria uma série de razões para contratá-la. Perderam. Os dois. Fazendo um paralelo, o que teria acontecido se naquele 22 de outubro eu ou a minha mulher, que conheci numa sala de bate-papo, apenas tivesse pedido ao outro para estar enviando…?    

Uma ótima profissional, cheia de possibilidades, acaba de ser jogada na lata de lixo. Tudo, graças à execução sumária praticada por uma filosofia de Recursos Humanos que padece de miopia crônica, irreversível.

Boa sorte, Giovanna. A persistirem os sintomas, você vai precisar muito disso. ₪

 
 
 

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