Impunidade é palavra que se impõe e garante o seu espaço. Mais do que simples expressão, ela se traduz em prática habitual crônica. Já faz parte do nosso patrimônio.
No Brasil, quando Cabral plantou aqui a sua bandeira, estava aberta a temporada, que nunca termina, da vantagem ilícita. Sempre com as bênçãos do poder, o eclesiástico no meio.
Vieram os regimes, as Repúblicas, os partidos de todas as cores, e o tom melódico desse triste samba-enredo não se alterou. A ditadura da impunidade segue ditando moda e tendências na política que não se converte. Com amnésia crônica e conveniente, o poder não lembra a advertência de que “és pó e ao pó tornarás.”, registrada no livro do Gênesis e pronunciada à exaustão na quarta-feira de cinzas.
Enquanto isso, vamos nos acotovelando nessa grande arquibancada, aprendendo e ensinando certa dose de autoritarismo velado. Afinal, a gente também pode. ₪
Comments