Naquela noite, quando Valkíria tomou o microfone e começou a falar, o auditório, estático, deixava de ser o mesmo. Ele se dava conta de que a obtenção do conhecimento é apenas o primeiro estágio de um empreendimento de sucesso. A quantidade de certificados obtidos, concluía, não faz diferença, quando não se convertem em fonte de resultados, primeiro para si mesmo, e depois para empresas e instituições.
Conhecimento: esse passo, isoladamente, não tem o efeito de uma caminhada. Preenche espaços na mente. Mas não transforma a realidade. Para ser completo e produzir frutos, ele requer ação. Que o diga o educador Paulo Freire, para quem “A esperança que não se faz na ação não é uma esperança esperançosa”. Mais do que isso, é indispensável que a teoria e o domínio da técnica – habilidade -, sejam acompanhados pelo desejo de criar envolvimento com projetos que tragam benefícios palpáveis. A isso se chama atitude. Como se sabe, a semente que não deixa o laboratório para comungar intimamente com a terra não produz sombra, flores e frutos.
Saber. Saber fazer. Querer fazer. Ou, respectivamente, Conhecimento, Habilidade e Atitude. Uma trindade perfeita, que não se pode desmontar.
O primeiro domina conceitos, a essência da realidade. Sabe tudo a respeito do sabor, do valor nutritivo etc. de uma torta mousse de chocolate. O segundo, artesão, é mestre do passo a passo que inclui a seleção e manuseio dos ingredientes, além do uso dos instrumentos indispensáveis à produção dessa iguaria, digna de uma Ofner. Já o terceiro é movido pela vontade forte de transformar toda essa teoria em prática que alimenta e dá prazer. Este é o sonho de consumo de toda a sociedade nos seus diferentes níveis.
A apresentação atingiu plenamente seus resultados. Valkíria concluiu sua fala questionadora com uma última provocação: “E agora, o que vocês vão fazer com isso que sabem?” ₪
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