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■ No centro da vida

  • Foto do escritor: Rubens Marchioni
    Rubens Marchioni
  • 23 de mar. de 2015
  • 2 min de leitura

O mundo está cheio de verdades, como esta que você acaba de ler. Em geral, elas nos são forjadas por instituições como a Igreja e o governo, além do mundo corporativo. Todas têm uma intenção em comum: regulamentar e colocar ordem em nosso cotidiano. Pretendem contribuir para que a vida seja algo possível. Mais do que isso. Empenham-se para que tenhamos a certeza de atingir nossos objetivos mais caros: felicidade e bem-estar pessoal e social, motores que produzem a paz em tempo integral.

Olhando assim, tudo parece perfeito, não fosse por um problema que, em geral, compromete a suposta beleza desse quadro: sem que se dê conta, muitas dessas verdades se transformam em paradigmas, regras imutáveis às quais somos chamados a reverenciar com respeito e submissão. Para o escritor Honoré de Balzac, “Quando todo o mundo é corcunda, o belo porte torna-se a monstruosidade.” Não há como fugir.

Com base nesse engano, o homem é colocado a serviço do sábado, isto é, da lei. No entanto, a criatura só pode estar sujeita ao Criador. Somente quando isso acontece, o planeta recupera a imagem de paraíso perdido, visão sugerida pelo poeta e dramaturgo espanhol Federico García Lorca.

Os paradigmas não surgem por acaso, espontaneamente. Têm em raciocínios que boa parte do distinto público não consegue perceber e distinguir, a olho nu, a sua principal matéria prima. Para se tornar ainda mais consistente, eles se servem do excesso de uso do senso comum. Ora, isso faz com que exerçam, com facilidade, todo o poder de que precisam para legitimar discursos e práticas que estão longe de tornar possível a felicidade de todos. Apoiando-se nessa farsa, gente de bem passa a atuar como pessoas “bondosas”, enquanto obrigam a velhinha a atravessar a rua sem se importarem se esse também é o desejo dela. Apenas para citar um exemplo, a escritora americana Marilyn Ferguson, mais conhecida por sua obra “A conspiração aquariana” [1980], afirma que “No novo paradigma o trabalho é um veículo de transformação.” Mas uma pregunta se torna imperativa: transformação do que para quem? Como se pode perceber, o mundo fica de cabeça para baixo.

A paz e a felicidade não são frutos de imposições. Elas nascem do exercício de uma vontade livre e consciente, que sempre coloca o homem no centro da vida. Eis o primeiro passo para uma vida sustentável. 

 
 
 

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