Quando ainda vivia na Inglaterra, fui perguntar ao Google o significado e a origem da palavra “paciência”. Claro que ele não ignora esses dados. Nem deixa abandonada, à própria falta de sorte, a criatura que recorre ao seu poder absoluto, quando busca respostas para questões de importância inquestionável.
Mas nem tudo é como a gente quer. Para chegar ao Google é preciso dispor de uma internet que funcione. Por mais que isso pareça estranho, não é exatamente o que acontece em terras da Rainha. Às vezes, é preciso ter paciência. Saber esperar pela normalidade.
Difícil, quando já estamos acostumados a obter informações na rapidez de um “clic”. Senão, lembre-se do desespero, quando no caixa eletrônico, depois de digitar a senha, o sistema nos faz esperar vinte longos segundos por uma informação. É a morte.
A tecnologia levou embora boa parte da nossa capacidade de sermos pacientes e esperarmos que tudo chegue a seu tempo. Não raro, falamos antes da hora e, por razões óbvias, nem sempre somos ouvidos. Existem treinamentos para oratória, mas ninguém fala em “escutatória” – disso se queixou, certa vez, o mestre Rubem Alves.
Paciência. Assim que a internet voltasse a funcionar, eu começaria tudo de novo, a partir de encontrar uma definição inteligente e pouco apressada para esta palavra com prazo de validade para depois de amanhã.
Será que conseguiria esperar? ₪
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