Eu me sentia orgulhoso no papel de professor universitário. Estava dando a minha contribuição para formar as novas gerações de profissionais. Ensinava Criação e Redação Publicitária, no curso de Propaganda de uma importante escola particular, em São Paulo.
Chegou o dia em que um jovem e bem sucedido global, dono de espaço exclusivo, na grade da emissora, falaria como um dos palestrantes na Semana de Comunicação. Eu fazia parte da mesa.
Relatando a sua trajetória, deteve-se no início da estrada que o levaria para a TV. Lembrou que depois de receber do pai uma boa quantia de dinheiro, também para cursar uma faculdade, talvez de Direito, pensou “Agora eu tenho de decidir: estudar ou fazer sucesso. Escolhi fazer sucesso.”
Os alunos vibraram. E voltaram para a sala de aula transformados pela declaração retumbante, Moisés apontando o rumo da Terra Prometida. O caminho, para eles, estava traçado. E decididamente não incluía nenhuma imersão nos estudos.
Talvez não tivessem se dado conta de que o emblemático Washington Olivetto – W/McCann – vive muito bem munido de conhecimentos de Psicologia, Sociologia, Antropologia etc., segundo pude constatar, degustando algumas de suas apresentações, em eventos memoráveis sobre Propaganda feita com qualidade. A coleção de Leões de Ouro trazida de Cannes e outros festivais, não foi obra do acaso. Lado a lado, Nizan Guanaes – Africa – antes de ser N.G., foi aluno de Administração de Empresas em nada menos que a Harvard Business School, de onde trouxe conhecimento de sobra para se transformar no presidente do poderoso Grupo ABC de Comunicação. Primeiro estudou. Depois, e só depois, fez sucesso. Afinal, nem tudo nesse mundo é Rede Globo quando o assunto é mercado de trabalho.
Existem histórias que, colocadas de cabeça pra baixo, começam a fazer sentido. Por que não? ₪
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