Isso significa preparar-se muito bem, porque alguns resultados dependem do esforço que fizer. Em Por que fazemos o que fazemos, o filósofo Mário Sérgio Cortella adverte: “Algumas religiões, entre elas a judaico-cristã, nos falam sobre o Juízo Final, o momento em que uma divindade virá fazer as grandes perguntas para julgar nossa vida, se ela foi uma vida que valeu ou não valeu a pena. As perguntas da divindade supostamente seriam: O que fez, fez por quê? O que não fez, não fez por quê? O que fez e não deveria ter feito, por que o fez? O que não fez e deveria ter feito, por que não o fez?”
Tenha um grau de consciência sobre a realidade que o cerca. Não subestime o sentido trágico da vida. A verdade é que não sabemos de onde viemos. Não sabemos quem somos. Não sabemos para onde vamos. Um vírus, microscópico, pode nos deixar acamados durante uma semana ou, se estiver de mau humor, nos tirar de circulação. Mesmo que, minutos atrás, tenhamos feito a alguém a pergunta adequada a um paciente em estado avançado de Alzheimer: “Você sabe com quem está falando?”
Receba o que vier, se isso é o que foi possível para o momento. Sentimento de resignação? Não necessariamente. É apenas uma questão de saber que o que nos chega como resultado é fruto das lutas que lutamos. Não a minha, mas a do grupo a que pertencemos, em nível micro ou macro, aqui em casa ou mundo afora.
Exercer a ética e a justiça consiste numa modalidade de esforço, que tem consequências favoráveis. Contrariamente a isso, fazer política em favor da conta bancária, eis aí outra forma de empenho, todavia um crime hediondo. Afinal, ele mata a saúde, deixa ao relento o sonho de uma moradia digna e ignora a importância salvadora da educação, apenas para citar alguns atos condenáveis.
Para garantir a qualidade do que vier, é indispensável investir pesado na vida em plenitude, apesar de todos os pesares. ₪
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