top of page
Buscar
Foto do escritorRubens Marchioni

■ Encontrando um novo emprego

Grandes empregos em geral vão para as pessoas que provaram competência crescendo acima dos pequenos empregos. – Ralph Waldo Emerson

NÃO VOU FAZER aqui nenhum exercício irresponsável de presunção. O leitor não é bobo. E eu respeito a sua inteligência. No entanto, há espaço para uma reflexão, como se pode ver.

Em tempos de crise, nacional e democrática, quantos empregos existem no planeta Brasil, esse imenso país atolado em descrédito nacional e internacional? A resposta não é fácil, e só mesmo um espírito desmedido de otimismo pode evitar a decepção. Mas sou teimoso. Teimo em confiar. “De esperança em esperança”, como no lema do Cardeal Arns, quando capitaneava a arquidiocese de São Paulo, que, desde Anchieta, é um território mergulhado em conflitos. E nisso o arcebispo rezava pela cartilha do educador Paulo Freire, para quem “A esperança que não se faz na ação não é uma esperança esperançosa.”

Se o objetivo é ‘esperançar’, sempre é bom dar uma espiadela em experiências que dão certo, porque fazem mais do que apenas esperar. É o caso das empresas com pensamento estratégico. Elas não enfrentam barreiras intransponíveis para levar ao consumidor os seus produtos e serviços. Explica-se: para não incorrer em blasfêmias e pecados banais, pedem a bênção de São Marketing Mix e afastam as ciladas do inimigo. Assim, descobrem as necessidades e desejos do consumidor. Criam produtos e serviços pensados para saciá-los e os oferecem a um preço que consideram honesto. Depois, investem em propaganda maciça. E colocam essas soluções nos quatro cantos do país, através de uma distribuição calculada.

Também os que desejam vender sua força de trabalho podem lançar mão desse recurso, Made in América, que tantos milagres faz, até mesmo quando os tempos são de crise. Basta que cada novo candidato assuma o papel de profissional de marketing de si mesmo e vá à luta. CV e entrevista, isso equivale ao quarto item do composto, a Comunicação. E ele é, no mínimo, decisivo.

Mais do que isso, a prática inteligente do marketing insiste na importância de segmentar o mercado. Afinal, quem deseja ser tudo para todos corre o risco de acabar sendo nada para ninguém. A regra é personalizar. Customizar. Falar o dialeto do outro para garantir a conexão 3.0.

Atuando em função desse propósito, o Briefing de Criação potencializa o trabalho dos criativos nas maiores agências de propaganda, a começar pela Inglaterra, que faz a melhor do mundo. No Brasil, campanhas premiadas e vendedoras nascem a partir da competente elaboração e leitura desse instrumento poderoso. Nas mãos de quem administra a própria carreira e cria as suas ações de comunicação – CV e entrevista -, o recurso cai muito bem. Profissionalizar é bom. Dá resultado.

Mas convém lembrar que na busca por um emprego ou promoção, pessoas e empresas se encontram e jogam, no mesmo campo, as cartas que traduzem as suas maiores carências. No que diz respeito às necessidades humanas, o psicólogo americano Maslow, primeiro, e Marshall B. Rosemberg, depois, com seu imperdível Comunicação não-violenta, criou uma pirâmide e mostrou, respectivamente, o quanto giramos em torno delas. Olhar apenas para as necessidades pessoais, atribuindo à organização o papel de instituição de caridade, isto é sinal visível de miopia crônica. Aqui, o ganha-ganha é indispensável.

De maneira idêntica, conhecer a empresa, o ramo de negócio em que atua, o mercado, suas pretensões, isso empodera o candidato. Conhecimento é poder, competência que abre portas. “Deem-me um ponto de apoio e eu levantarei o mundo”, disse o genial Arquimedes.

De caso pensado, e em busca de resultado, profissional criativo não se separa da interrogação “De quantas maneiras eu posso resolver esse problema?”, pergunta feita no plural, para evitar a restrição limitadora à solução convencional, previsível. Candidatos a um emprego ou promoção podem adotar o mesmo caminho. Se o espaço não existe, inventam-no. Descobrem lacunas, escondidas na mídia, e saem em busca de respostas. Quando aprovadas pela empresa em apuros, não raro são premiadas com um emprego ou coisa do gênero. Sensato.

Mas vale perguntar: qual o problema do futuro empregador, em busca de um profissional disponível no mercado? Por que o candidato atende àqueles requisitos? O que é preciso para que aconteça a compra da solução encontrada? O CV está a serviço dessa busca decisiva para ambos. E a entrevista dá a palavra final.

O momento, crucial, é de comunicação, primeiro à distância, sem possibilidade de edição e, menos ainda, sem espaço para manual de instruções. Saber escrever, portanto, é essencial. Um texto escrito com clareza, coesão e coerência, que não abusa de adjetivos, tem ritmo e pontuação na medida exata, responde a perguntas fundamentais à narrativa e argumenta com competência e segurança, pode decidir o jogo.

Currículo adequadamente pronto e distribuído, além de disponibilidade para entrevista: falta muito pouco para o desfecho. Um pouquinho de sorte ajuda, por que não?

0 visualização0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

■ Não há vaga

Fátima estava um pouco – só um pouco – estressada quando voltou do fórum em torno das 14 horas, depois de saber, por meio do advogado,...

■ Abuso da falta de poder

Meu Deus, como havia gente naquela padaria! O aroma de pão saído do forno era aconchegante e convidativo. Talvez nem precisasse comprar...

■ Uma editora, por favor

Marina pegou o secador de cabelo que esperava por ela no sofá, ao lado da gargantilha vermelha escalada para ocupar seu pescoço naquele...

Comentarios


bottom of page