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Foto do escritorRubens Marchioni

■ Ditadura da aparência

O mundo é um grande parque. Um centro de diversões repleto de espaços nos quais somos proibidos de entrar. Certamente eles escondem atrações que trariam para o nosso rosto a felicidade que dorme à base de estratégias de sobrevivência. A portaria é assinada por um código rígido de comportamento, ditado por interesses paralisantes que não sabemos identificar.

A burocracia reinante em nosso interior nos desestimula e deixamos de lado a força-tarefa que derrubaria essas barreiras. E então, entristecidos, proibimos em nós até mesmo a experiência da melancolia, definida por Victor Hugo como “…a felicidade de estar triste.” O marketing pessoal, nova Palavra desses tempos em que o domínio de tantos deuses estranhos dão a palavra final, o direito de vivermos como seres humanos normais nos é continuamente negado. Quem tem juízo e conhece as regras do jogo, obedece.  

Em silêncio, caminhamos sob o peso da obrigação de refletir uma felicidade artificial 24 horas. De ponta a ponta, ela é construída pelo medo de sermos banidos do direito à sensação de que pertencemos a este mundo. Lamentavelmente, um mundo construído com a matéria prima frágil e descartável das aparências. ₪

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