■ De menos e demais
- Rubens Marchioni
- 21 de ago. de 2012
- 1 min de leitura
21.08.12 – Até ontem não se cogitava a ideia de registrar empregadas domésticas, garantindo-lhes direitos trabalhistas comuns a todas as outras categorias de profissionais. Hoje, à custa de muita luta, esse quadro mudou um pouco. Elas conquistaram o direito ao registro em carteira. E é possível encontrar algumas que até já se beneficiam disso.
E quanto à capacitação para o trabalho? Apenas um exemplo: antes de atender ao público, o futuro caixa do banco passa por um período de treinamento. Nesse processo, ele aprende o que é ser caixa, como e por que se exerce essa função desse ou daquele jeito.
Para a empregada doméstica isso não existe. Ela tem de nascer sabendo. Quando o computador do caixa apresenta um defeito, o técnico em informática da empresa logo é acionado e responde com o apoio de que o profissional necessita para exercer a contento a sua função.
Ora, ferros de passar, máquinas de lavar e outros eletrodomésticos não raro apresentam avarias. Nesse caso, o que se espera da empregada doméstica, em geral, é “um pouco mais de paciência”. Desde que a produtividade não sofra qualquer tipo de comprometimento. E que, “por favor, seja mais cuidadosa”. Cansada, ela continua tendo de engolir a ideia de que apenas produtos sofrem a chamada fadiga mecânica.
Falta de treinamento, desrespeito a direitos básicos, salários minguados, apoio para o exercício da profissão quase inexistente e sobram exigências. Isso não é demais? ₪
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