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Foto do escritorRubens Marchioni

■ Da escola para o trabalho

Esta cena estava guardada em minha memória, já nem me lembro por que. Na sala de aula, acontece um diálogo intrigante entre professor e aluno: “Na verdade, eu dou aula para seis ou sete pessoas, aqui. São os 10% dos alunos que se empenham e por isso conseguirão entrar no mercado de trabalho.” O barulho foi quebrado: “Professor, se o senhor dá aula só para seis ou sete alunos, por que a escola aceita a matrícula dos outros 63?” A resposta estava pronta: “Porque alguém precisa bancar essa meia dúzia que vai chegar lá. Entendeu?” E mais não disseram. Corta.

Não raro, a escola é o primeiro estágio da estagnação. O sintoma aparece quando o máximo que se pretende é uma sofrível média para passar de ano. Mau sinal. Porque o caminho mais curto para se chegar a exatamente lugar nenhum é sair sem destino, sem tesão e sem propósito. Contrária a isso, a carreira brilhante do jornalista Joelmir Beting [Globo e Estadão], por exemplo, começou na apresentação de um corriqueiro trabalho acadêmico. Fez na escola, como se estivesse na empresa. Bombou.

Um profissional que não dispõe de metas claras para a sua carreira, desde a universidade, reúne todos os ingredientes que o transformará em especialista na arte de perambular. Pior destino tem aquele que, dispondo de um planejamento, não age. Prefere esperar, confortável, que a semente plantada numa gaveta se converta, milagrosamente, em árvore. Com sombra, flores, frutos e beleza. Para este, o suicídio do projeto de vida fica logo ali. 

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