Como no livro de Jó, há quem se vê frente à realidade de que a dor cansa mais que o trabalho. Vencedora, ela dói na alma e paralisa o corpo.
Essa dor não produz nada além da sensação de vazio. Em tudo, ocupa um espaço que não lhe foi cedido, apenas usurpado. À noite, não permite o descanso. Mantém a existência em ritmo de colisão frontal.
Ela não oferece o incentivo do pagamento. Apenas garante a certeza de uma escravidão servil. A pessoa de quem falo, sofre de uma enfermidade, presença antecipada da morte, só que prolongada e consciente.
Este é, por vezes, o retrato do desempregado que nada tem para fazer e de bem pouco dispõe para comer.
Que tal estudar mais? Buscar mais? Criar mais? Aumentar a dose de disciplina? Ora, a falta de perspectiva morre de medo desse empenho extra. E, não raro, bate em retirada. O que é a sorte senão o encontro da preparação com a oportunidade? É assim que “Deus ajuda quem cedo madruga”. E o despertador não para de tocar. ₪
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