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Foto do escritorRubens Marchioni

■ A gente cresceu. E agora?

Leio, por acaso, na mídia impressa, a reportagem sobre a trajetória de uma grande empresa do varejo que atua, com sucesso, ao mesmo tempo, através de lojas físicas e vendas online.

Segundo o texto, a organização que protagoniza essa história viveu recentemente um intenso processo de fusões. Adquiriu outras marcas, menos ou mais conhecidas do consumidor, cujo espírito aventureiro tem sido devidamente domado pelo cenário brasileiro de instabilidade. É por essas e outras, que vale aqui um lembrete oportuno: não raro, a festa do casamento pode ser também o ambiente propício para uma ressaca dos diabos.

O desafio que o grupo empresarial se coloca, sobretudo em tempos de crise aguda: como integrar essas empresas e ganhar dinheiro em São Paulo, a capital do consumo e da concorrência sem medida?

Diante da pergunta, lembrei-me de como é urgente atentar para as implicações trazidas por fatores como o peso adquirido pela estrutura da organização, a partir do processo de fusão. Ele pode comprometer a meta de seguir em frente sem se arrastar. Pode inviabilizar o projeto de manter o compromisso de fidelidade com públicos internos, externos e com a comunidade onde está inserida – este último, por razões institucionais –, enquanto conquista e garante uma posição de liderança, com a devida obtenção de lucros.

Meu poeta interno recomendaria lembrar o fato de que nada vale a pena se não resultar em alegria para todos, busca essa que, no cinema e na literatura, rendeu centenas de obras memoráveis. E os lucros? Eles serão uma feliz consequência desse equilíbrio saudável. Afinal, a máxima continua valendo: buscai primeiro o reino dos céus, e tudo o mais vos será acrescentado. Uma ideia aparentemente banal, talvez antiga demais, que, no entanto, me faz pensar em raciocínio estratégico da melhor qualidade.  

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